Nutricionista Juliana – Nutrição Clínica, Funcional e Dietética

Nos primeiros 15 a 30 minutos após consumir açúcar, seu corpo experimenta um pico de glicose no sangue. O pâncreas imediatamente detecta essa elevação e libera insulina, o hormônio responsável por transportar a glicose para dentro das células. Você pode sentir uma explosão de energia momentânea, uma sensação de alerta e até mesmo uma melhora temporária no humor. Esse é o momento em que muitas pessoas se sentem “revigoradas” após comer um doce, mas essa sensação é enganosa e de curta duração.

Entre 30 e 60 minutos depois, a insulina faz seu trabalho com tanta eficiência que seus níveis de glicose podem cair rapidamente, às vezes até abaixo do nível inicial. Esse fenômeno, conhecido como hipoglicemia reativa, provoca sintomas como fadiga repentina, irritabilidade, dificuldade de concentração, tremores e aquela fome voraz que parece surgir do nada. Seu cérebro, que depende exclusivamente de glicose como fonte de energia, envia sinais de alerta pedindo mais combustível – geralmente na forma de mais açúcar, criando um ciclo vicioso.

Após 1 hora, seu corpo ainda está lidando com as consequências metabólicas. O fígado começa a armazenar o excesso de glicose na forma de glicogênio e, quando esses estoques estão cheios, converte o açúcar em gordura através de um processo chamado lipogênese. Além disso, o consumo de açúcar desencadeia a liberação de dopamina no cérebro, o neurotransmissor do prazer, o que explica por que açúcar pode ser tão viciante quanto algumas drogas. Essa resposta de recompensa cerebral reforça o desejo por mais doces.

A longo prazo, esse ciclo repetido de picos e quedas de glicose sobrecarrega o pâncreas, aumenta o risco de resistência à insulina, diabetes tipo 2, inflamação crônica e ganho de peso. O açúcar também afeta negativamente seu microbioma intestinal, alimentando bactérias ruins e enfraquecendo sua imunidade. Entender essa cascata de eventos no seu corpo pode ser o primeiro passo para fazer escolhas mais conscientes e equilibradas.

E você, já reparou como seu corpo reage depois de consumir açúcar?